A famosa 5ª Série
Está circulando um vídeo no qual os atores Maurício de Barros e Marcelo Laham interpretam Fernado Burrão e o André Ventura, respectivamente. O segundo era o melhor aluno da sala. Já o Fernando, reprovou na 5ª série em várias matérias.
Talvez você, meu caro leitor e ouvinte da SLZ Digital, já tenha visto esse vídeo. A história acontece em um bar, num reencontro depois de muitos anos, Ventura começa “zoando” o Burrão e conta que estudou na USP, se gabando dizendo que foi o primeiro em engrenharia mecatrônica, que fez pós, MBA etc., mas, agora, está ali à espera de uma entrevista em uma empresa ao lado do bar. 
Na sequência, pergunta como está o amigo, que diz não ter saído da 5ª série. Ventura lembra que Burrão ficava escondido na sala fazendo “movelzinho’ com palito de fósforo para vender no intervalo. O amigo então, diz que é verdade e que a coisa deu tão certo, que depois ampliou esse negócio. Começou a fazer móveis de palito de picolé para casinha de bonecas. E, como estava prosperando, começou a fabricar móveis residenciais de verdade. O sucesso foi tanto, que o passo seguinte foi construir casas. Depois evoluiu para condomínios e, agora, ampliou para montadora, não de veículos, mas, pasmem, de aviões.
Para resumir, Burrão era dono da empresa na qual Ventura estava procurando emprego. Este, surpreso, pergunta: “Então a entrevista que eu tenho é com você?”. Burrão diz: “Comigo não! É com o pessoal do RH. Eu não tenho competência, não saí da 5ª série!”
O que quero chamar a atenção para esse vídeo, é que temos que tomar cuidado com histórias desse tipo. Para chegarmos a uma conclusão plausível, precisamos pegar o contexto inteiro e a mensagem principal que o roteiro traz. Podemos perceber, no entanto, que ele trata em essência, de SOBERBA e HUMILDADE (as letras garrafais fazem-se necessárias).
Ventura se achava melhor que o amigo por conta de sua trajetória acadêmica. Nunca imaginaria que um dia fosse pedir emprego ao Burrão. Por outro lado, há outras mensagens que generalizadas, podem ser capiciosas. Uma delas é que o estudo, dentro do contexto que foi colocado, não vale nada. É claro que existem casos excepcionais. Você poderia citar Bill Gates e o Steve Jobs, que também não fizeram faculdade – embora, ambos entraram em Havard e saíram.
No meu entender, conhecimento e arrogância não caminham juntos. Sempre defendi os estudos, por experiência própria, e sempre vou defender porque o sucesso sem preparo e sem competência não é regra. É a exceção da exceção.
Podemos também notar no vídeo, que Burrão, apesar de sua vasta influência no mundo dos negócios, ele não esconde o fato de que não conseguiu passar da quinta série primária, destacando a importância de não se deixar levar pela vaidade. E essa quinta série tão falada só é famosa e romântica no imaginário da ficção.
