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CINEMA DEMOCRÁTICO (por Wellington Miranda)
Entretenimento
Publicado em 06/02/2025

Cinema democrático

 

Adoro falar sobre cinema, principalmente quando o assunto é acessibilidade a todos os públicos das mais diversas classes sociais. E estamos em uma semana de oportunidade social, já que os preços cobrados nas grandes salas cinematográficas extrapolam a realidade da maioria da população - preços acessíveis, pelo menos por alguns dias. 

Quando os cinemas se tornam acessíveis, eles ampliam seu público e enriquecem a experiência cultural de todos.  Não ter a possibilidade de ir ao cinema, torna a vida mais limitada culturalmente. Pensamentos são formados através das discussões desse entretenimento. E a cultura sofre muito quando não existe acesso a qualquer tipo de arte. 

Sabemos que o cinema não é apenas uma forma de expressão cultural, mas também um meio de representação. Através de um filme representa-se algo, seja uma realidade percebida e interprestada, ou seja, um mundo imaginário livremente criado pelos autores e todos os envolvidos. 

Em uma rápida pesquisa, verifiquei que o Brasil dispõe hoje de mais de três mil salas de exibição. Uma parte considerável, claro, está em shoppings centers, e conta com sessões a ingressos impraticáveis fazendo com que uma parte considerável da população permaneça à margem desses espaços.

Para quem gosta de cinema, mas não pode ou não quer pagar os altos preços das sessões, infelizmente a única maneira é esperar esse tipo de promoção, geralmente feita em todo território nacional e em um período que geralmente não ultrapassa uma semana. 

Não quero nem entrar na questão do cinema nacional que nesse momento passa por uma grande exposição internacional alavancando premiações com o filme “Ainda estou aqui”.

Em nosso país, marcado pela diversidade cultural, o acesso à cultura é um direito fundamental garantido pela Constituição Federal. Acredito que muitos desconhecem essa exigência. No entanto, ao analisarmos os preços médios dos ingressos, surge uma preocupante reflexão sobre a democratização do acesso à sétima arte. 

Essa disparidade nos preços dos ingressos ressalta a necessidade de políticas públicas que promovam a democratização do acesso à cultura. É fundamental que o Estado desempenhe um papel ativo na criação de mecanismos de incentivo e subsídio, visando tornar as produções cinematográficas mais acessíveis e ampliar as oportunidades para todos os cidadãos. 

É essencial que a sociedade como um todo se engaje nessa discussão e pressione por medidas efetivas para ampliar o acesso a esses espaços. Afinal, estamos amparados pela Constituição que é a guardiã dos nossos direitos fundamentais e na formação da identidade, no desenvolvimento social e na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. 

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