Beba com moderação

O vinho tem sido uma bebida apreciada e celebrada em diversas culturas ao redor do mundo. Com seu sabor rico e complexo e sua capacidade de melhorar a experiência culinária, não é de se admirar que o vinho tenha inspirado muitos pensadores, escritores e personalidades famosas a compartilhar suas opiniões e paixões. 

Em uma infinidade de coisas que são boas na vida, podemos citar, sem medo de errar, que dentre elas estão: filmes, músicas, uma boa comida, viagens inesquecíveis, livros e claro, vinhos.  

O vinho é um produto derivado da fermentação do suco de uvas e de leveduras. É constituído por uma variada concentração de água e compostos fenólicos, entre os quais se destacam os flavonoides, além de álcool etílico, substância psicoativa capaz de causar dependência e impactar negativamente o organismo se for consumido em demasia. 

Muitas pesquisas afirmam, principalmente os cardiologistas, que tomar vinho, moderadamente, pode prevenir doenças cardiovasculares. Isso porque o vinho, preferencialmente tinto, atua na redução das lipoproteínas de alta densidade - aquele colesterol desagradável-, e que aumenta o colesterol de baixa densidade, assim explicam. 

Enquanto a OMS (Organização Mundial de Saúde) declara que não existe dose segura para bebidas alcoólicas, um padrão alimentar reconhecido como patrimônio da humanidade – a dieta mediterrânea - integra o vinho tinto na lista de ingredientes benéficos para a saúde. Mas saiba que, embora cada alimento possua suas características nutricionais, o papel dele deve ser compreendido dentro de um contexto que considera dieta e estilo de vida. A dieta mediterrânea sugere o resgate do hábito de cozinhar pratos simples, comer em família ou com os amigos, além de prática de atividade física. 

Apesar do estilo de vida francês incluir o consumo de gorduras saturadas, tabagismo, altas taxas de colesterol e sedentarismo, quando a saúde desse grupo foi comparada à de outras nações, observou-se baixa incidência de doenças do coração - um benefício atribuído ao consumo de vinho tinto. 

O vinho também pode ser uma fonte inspiração, levando-nos a refletir sobre a vida, o amor e a importância de aproveitar os pequenos momentos de prazer que a vida nos reserva – eu mesmo degusto nesse momento uma taça de vinho enquanto discorro essas poucas palavras. O vinho sugere companhia, conversa, comida bem preparada para harmonizar essa degustação. 

Para o poeta e escritor Robert Louis Sterverson, “vinho é uma obra de arte que se pode beber”. A literatura criou momentos mais do que especiais para falar de vinhos. No livro, O Evangelho Segundo Jesus Cristo, por exemplo, a palavra vinho aparece 29 vezes. “Por quem os Sinos Dobram”, de Ernest Hemingway, no qual o escritor com verdadeira veneração pelo vinho, cita a palavra 104 vezes. Estima-se que o poeta grego mais famoso da antiguidade, Homero, nas suas narrativas épicas, tanto a história da Guerra de Tróia, na Ilíada, quanto as aventuras de Ulisses, na Odisseia, trazem relatos de consumo e produção de vinho, no século VIII a.C. 

O vinho tinto também tem um componente que é capaz de melhorar a qualidade da microbiota intestinal (um grupo de trilhões de bactérias que temos no intestino). A microbiota está diretamente associada a doenças como diabete, obesidade, acúmulo de gordura no fígado e doenças cardiovasculares. Portanto, a qualidade dela pode ser um dos fatores que influenciam a evitar problemas de saúde.  

O vinho seco é menos doce do que o suave e, como se sabe, o excesso de açúcar traz problemas ao organismo. Por isso, quanto menor a concentração de açúcar na bebida, mais ela se torna uma opção melhor. E não esqueçam, a melhor dose é a moderação.