Uma nova jogada
Uma paixão que começou logo cedo, ainda na infância. Foi assim que Jorge Ronaldo Santos, conhecido como Mano, 56 anos, ex-jogador de futebol profissional, começou a colecionar coisas, selos, figurinhas da Copa e que, ao olhar uma reportagem sobre moedas, se interessou pela numismática - o estudo sob o ponto de vista histórico, artístico e econômico das cédulas, moedas e medalhas.
Ele, que jogou profissionalmente na Sociedade Esportiva Tupan, se interessou exclusivamente por moedas brasileiras. Esse tipo de colecionador é conhecido como numismático, e desde os tempos antigos as moedas são estudadas por diversas pessoas e instituições. No período da Renascença europeia, o ato de colecionar moedas ficou conhecido como o “passatempo dos reis”.
Augusto César (63 a.C. a 14 d.C.), primeiro imperador romano é também o primeiro colecionador de moedas da história. De acordo com historiadores, Augusto presenteava amigos e cortesãos com moedas antigas e estrangeiras durante algumas festividades.
Mesmo em um mundo onde as transações são realizadas cada vez mais por meio digital, cédulas e moedas ainda despertam um interesse que vai além do valor impresso ou cunhado. E Mano, é um desses, afirma que não tem interesse em ganhar dinheiro com sua coleção, pelo contrário, diz que faz é comprar mais, participando de leilões realizados em cidades como São Paulo, Curitiba entre outras.
Segundo a Sociedade Numismática Brasileira, cerca de 15 mil pessoas colecionam cédulas e moedas no país. E Mano tem como objetivo conhecer mais esses colecionadores e quem sabe organizar feiras de exposição, embora sinta dificuldade nessa comunicação: “tenho muita dificuldade em São Luís de conversar com outros colecionadores para trocar ideias sobre moedas e cédulas...”, diz, e revela, que apesar de se ter essa prática há dez anos, somente de uns dois ou três anos pra cá, que começou a assistir vídeos a respeito e também a comprar livros e álbuns, como os da República do Brasil (1889-1923), de olimpíadas e do Plano Real. Conta que possui diversas moedas, a maioria brasileiras, “apesar de ter moedas de outros países, mas o meu foco é nas moedas brasileiras. Eu acho elas bem mais interessantes e o estudo fica mais fácil, apesar da internet hoje te deixar próximo de tudo”, comenta.
A moeda brasileira mais valiosa entre colecionadores foi desprezada por Dom Pedro I no Baile de Coroação, em dezembro de 1822. O pedaço de metal valendo 6.400 réis trazia o imperador brasileiro de busto nu, como um romano. A história conta que ele ficou insatisfeito com a homenagem, por achar que deveria estar com traje militar, e a peça rara acabou ali mesmo.
A Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro, deixou um legado para a numismática brasileira por despertar o interesse de milhares de pessoas para as moedinhas comemorativas de R$ 1 - uma brincadeira que começou ainda em 2012, quando foram feitas 2 milhões de unidades representando a passagem da bandeira olímpica de Londres para a cidade brasileira.
Outra peça rara que instiga o colecionador é a moeda de R$ 0,50, que possui um erro curioso: falta o número zero para formar o valor correto. Surpreendentemente, essa moeda circulou no Brasil até 2012, quando o Banco Central a retirou de circulação. Para algumas pessoas, assim como para Jorge Ronaldo dos Santos, colecionar dinheiro pode significar mais do que ter grana depositada em um banco - é também a possibilidade de fazer uma viagem na história econômica da nação obtendo cada vez mais conhecimento sobre o assunto.
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