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FILOSOFANDO (por Wellington Miranda)
Entretenimento
Publicado em 16/11/2023

Filosofando

 

Há muitos modos de se conhecer o mundo, que dependem da situação da pessoa diante do objeto do conhecimento. Tipo, ao olhar as estrelas no céu, um índio as enxergas a partir de um ponto de vista bastante diferente do de um astrônomo, ou mesmo de um cidadão comum. O índio vê nas estrelas sinais que seus deuses enviam para uma orientação pro seu dia a dia. Ele compreende e conhece as estrelas em um sentido mitológico ou religioso. O cientista vê astros que têm luz própria e que formam a galáxia. O cidadão comum romantiza essa visão noturna.

A religião e a ciência são formas de conhecer o mundo. São modos de conhecimento, assim como o senso comum, a filosofia e a arte. Todos eles são formas de conhecimento, e cada um, a seu modo, desvenda os segredos do mundo, explicando-o ou atribuindo-lhe um sentido, e sofrem influências de visões de mundo e de interesses de natureza política, social e econômica.

Antigamente, os gregos explicavam o mundo através do mito. E a ciência sempre procurou descobrir como a natureza “funciona’, considerando principalmente, as relações de causa e efeito.

Essa divagação toda me vem agora porque recentemente li o livro de Dan Brown, Origem, lançado em 2017, e que faz parte de minhas pesquisas para um romance que estou escrevendo. Neste novo livro, Dan Brown continua nos embates entre ciência e religião.

Dan Brown é um dos mais festejados autores de suspense da atualidade, tendo ultrapassado 200 milhões de exemplares vendidos. Seus livros transformam-se em best-sellers e são frequentemente transpostos para o cinema. Essa saga iniciada com o Código Da Vinci conta com uma nova aventura do professor de Harvard, o simbologista Robert Langdon, que tenta, mais uma vez, decifrar os mistérios que envolve as guerras seculares entre religião e ciência.

Desde os primórdios da humanidade, Ciência e Religião rivalizam pela liderança do Conhecimento. O mundo evoluiu, é verdade, a ciência caminhou e continua caminhando, e a tecnologia vem trazendo explicações cada vez mais precisas sobre mitos dos dogmas católicos - o que é sempre visto como blasfêmia pela Igreja. Contudo, ao mesmo tempo que a tecnologia auxilia, acaba sendo responsável por destruir aos poucos a humanidade e os distanciar de algo muito mais forte e poderoso que se imagina: a fé.

Não podemos simplesmente confundir uma ficção, por mais que seja produzida com pesquisas, e esquecer que quando um autor escreve um romance, é simplesmente para a distração do leitor, um devaneio que, a partir do momento que finaliza a última página, já se pode pensar em uma outra leitura como distração.

E não podemos deixar de ter fé. Não podemos deixar de acreditar em algo, mesmo que este não seja palpável. Mesmo porque, a história da humanidade sempre foi escrita em cima de controvérsias e polêmicas, muitas das vezes tendenciosas politicamente. E a própria ciência é vista como uma espécie de crença e os cientistas como homens de fé, por acreditarem piamente em suas convicções. Inclusive, há certo consenso científico de que há uma força maior no universo e que poderia trazer muitas das respostas às perguntas da ciência. Talvez, a ciência seja jovem demais para entender certas coisas e a religião seja falha por causa dos próprios homens em seu comando.

E a filosofia é uma palavra que tem sido empregada de várias maneiras, umas mais amplas, outras mais restritas. E vejo ela como um contraponto entre a ciência e a religião. Assim como a teologia consiste de especulações sobre assuntos que o conhecimento exato não conseguiu chegar a algo concreto, a ciência também apela mais à razão humana levando-se em consideração a tradição ou uma revelação - a arte de pensar e raciocinar.

 

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